domingo, 15 de julho de 2012

     Várias pessoas adoram externar toda sua felicidade quando conquistam alguma coisa que lhes convém. Chega a ser irritante o modo com que se posicionam frente opiniões contrárias as suas quando isso fere seu orgulho. Orgulho ferido maltrata, posso sentir, eu sinto, nós sentimos. Você só não pode achar que é dono da verdade, que é melhor do que qualquer um. Se tem uma coisa que a vida lhe ensina, é que enquanto você se vangloreia, há outro aprendendo com o que deu errado e se superando a cada dia para amanhã, ter condições de tomar seu lugar. Sabemos, o sentimento de gratificação, respeito, reconhecimento é uma coisa que nos eleva, nos coloca num estado de espírito fantástico. Isso é o que nos dá confiança para dar o próximo passo, nos dá vontade de seguir em frente. Não se deixe enganar pelas aparências, faça o que tiver vontade de fazer, mesmo que isso lhe renda consequências, mesmo que isso não tenha mais volta. De vez em quando precisamos arriscar, é isso que vai nos diferenciar das outras pessoas, o medo. Caso você ainda não saiba, só vai errar quem tiver coragem de fazer, não são os obsoletos que se destacam, não são os obsoletos que terão a chance de desfrutar do sabor do sucesso. A questão não o medo em si, também não tenho certeza se é saber como lidar com ele; o grande ponto é assumir, assumir que você tem medo. Acredite, isso não é demérito nenhum. Quando você assumir o medo, terá condições de assumir qualquer coisa, desde as suas vitórias até seus fracassos, desde suas loucuras até suas mentiras, desde seus sonhos até sua realidade. Não omita, apenas se permita.

Por Vinícius Fin.

terça-feira, 10 de julho de 2012

     Quantas vezes eu já ouvi essa história? 'Meu sonho é ver você feliz, mesmo que seja com outra pessoa'. Agora, olha pra mim e diz, não acha que colocar a sua felicidade nas mãos de outra pessoa é praticamente suicídio? Sem falar que esse pensamento deixa margem pra coisa muito pior, ou você acha que isso realmente faz você se sentir completo e plenamente feliz? Eu mesmo já pensei nessa perspectiva, como uma solução pra fugir do que estava na minha frente. Posso afirmar pra você que isso é bobagem, besteira, tolice. Você vai se lamentar, achar que poderia ter feito diferente, que poderia ter se declarado, que poderia ter lutado por sua garota. Digo a você, não vai conseguir dormir; quando estiver chovendo, você olhará pra fora e a melancolia tomará conta do seu ser; ao invés de sorrisos, o que você irá produzir serão somente lágrimas, mesmo que elas não escorram pelo seu rosto. Você a verá todo dia e isso afetará suas ações, uma a uma, semana após semana, até que ela lhe procure novamente, com os mesmos assuntos, as mesmas manhas, as mesmas lembranças. Eu bem que gostaria de lhe dar uma solução simples para essa questão, mas ao invés disso, posso lhe encorajar a agir hoje, para não sofrer amanhã. Cada um tem suas próprias escolhas, próprio modo de pensar, próprio orgulho ferido. Pense bem antes de deixá-la ir embora por alguma birra boba, porque a raiva não vai curar sua saudade e muito menos, trazê-la de volta. Aliás, isso é outra coisa que você faz muito, não é? Colocar a culpa nos outros e transferir sua raiva para eles. Se indigne com sua indiferença, com sua vida, com seus problemas, seus anseios, suas preocupações. Ela estará logo ali, dançando a música, enquanto você, passou de Dj a um mero espectador. Irreconhecível.


Por Vinícius Fin.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

     Você está deixando sua menina escapar por entre seus dedos. Não está vendo ela ali, com suas amigas? Ela nem lembra mais do quanto já amou você, será que você não percebe? Devia ter dito a ela que estava certa, garotas adoram saber que estão certas. Não estou dizendo para baixar a guarda, estou dizendo que duas pessoas tão diferentes não teriam como conviver por muito tempo, sem que houvesse o mínimo de discórdia. Estou dizendo que uma birra de vez em quando ascende uma chama lá no fundo, que dá vontade de matar a pessoa que está na sua frente, mas também dá vontade de jogá-la no chão e dizer que vai estar sempre ali com ela, para ela. Estou dizendo que o amor não é suficiente para manter uma relação, é preciso muito mais do que isso, é preciso ódio, é preciso ciúme, é preciso medo. Mas medo de que? Medo dessa pessoa seguir em frente e deixar você pra trás, medo de vê-la feliz com outro ao seu lado, medo de perder seus olhos de vista por um instante que seja. Devia ter dito a ela que a amou desde o primeiro instante em que a viu, que nenhum sorriso lhe deu tanto arrepio por todo corpo quanto o dela, que nenhum perfume lhe fez ficar mais louco do que o dela, que nenhuma piada sem graça ficou tão engraçada pelo simples fato de ser ela quem estava lhe contando. Você devia, mas não fez. Se acostume com a idéia, você nunca mais a terá de volta, ela não é mais a mesma. Agora ela tem uma rosa tatuada no pescoço, talvez para lembrar os espinhos pelos quais teve que passar, até se tornar, enfim, independente, independente de você. É garoto, você prendeu uma menina, perdeu uma garota e hoje chora, procurando uma mulher.

Por Vinícius Fin e Michele Rech.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

     Ei garota, há quanto tempo não nos falamos? Esses dias me peguei com um sorriso franco na cara ao lembrar de tudo que passamos juntos alguns anos atrás. A primeira vez que eu lhe vi, sinceramente, teria saído correndo, não fosse o fato de você ter se agarrado em mim e quase se estatelado no chão. Eu acho que foi o encontro mais repentino e estranho com alguma mulher em toda minha vida, juro. Apesar de você ser a menina mais linda daquele lugar, parecia adivinhar que sua personalidade diferia bastante daquilo, não num sentido ruim, mas num sentido mais empolgante. Fomos nos aproximando tanto, tanto, que precisei deixar de lado meus pensamentos solitários e passei a construí-los junto com você. Tornávamos qualquer dia chuvoso numa fuga de barco pelo horizonte perdido, tornávamos qualquer tempestade num belo arco-íris, tornávamos qualquer briga num motivo pra fazer as pazes. Mentiria se disesse não sentir falta daqueles meses, nos quais eu me sentia completo ao te fazer sorrir e piscar de canto, aproximando meu rosto do teu e perdendo o juízo a cada mordida estrategicamente executada por você. Durante nossas vidas, algumas coisas acontecem para nos mostrar que nada é tão ruim como parece, que ainda existem alguns vagalumes iluminando esse túnel obscuro de nossas trajetórias quase infinitas. As nossas se separaram, assim como nossos pensamentos, nossos acasos, nossos fracassos, nossos percalços. Te vejo ao longe, imaginando o quanto você ainda pulsa, o quanto ainda pulsamos, o quanto ainda poderíamos pulsar. Será a saudade, um motivo para recomeçar?

Por Vinícius Fin, a Michele Rech.