segunda-feira, 2 de julho de 2012

     Ei garota, há quanto tempo não nos falamos? Esses dias me peguei com um sorriso franco na cara ao lembrar de tudo que passamos juntos alguns anos atrás. A primeira vez que eu lhe vi, sinceramente, teria saído correndo, não fosse o fato de você ter se agarrado em mim e quase se estatelado no chão. Eu acho que foi o encontro mais repentino e estranho com alguma mulher em toda minha vida, juro. Apesar de você ser a menina mais linda daquele lugar, parecia adivinhar que sua personalidade diferia bastante daquilo, não num sentido ruim, mas num sentido mais empolgante. Fomos nos aproximando tanto, tanto, que precisei deixar de lado meus pensamentos solitários e passei a construí-los junto com você. Tornávamos qualquer dia chuvoso numa fuga de barco pelo horizonte perdido, tornávamos qualquer tempestade num belo arco-íris, tornávamos qualquer briga num motivo pra fazer as pazes. Mentiria se disesse não sentir falta daqueles meses, nos quais eu me sentia completo ao te fazer sorrir e piscar de canto, aproximando meu rosto do teu e perdendo o juízo a cada mordida estrategicamente executada por você. Durante nossas vidas, algumas coisas acontecem para nos mostrar que nada é tão ruim como parece, que ainda existem alguns vagalumes iluminando esse túnel obscuro de nossas trajetórias quase infinitas. As nossas se separaram, assim como nossos pensamentos, nossos acasos, nossos fracassos, nossos percalços. Te vejo ao longe, imaginando o quanto você ainda pulsa, o quanto ainda pulsamos, o quanto ainda poderíamos pulsar. Será a saudade, um motivo para recomeçar?

Por Vinícius Fin, a Michele Rech. 

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