quarta-feira, 4 de julho de 2012

     Você está deixando sua menina escapar por entre seus dedos. Não está vendo ela ali, com suas amigas? Ela nem lembra mais do quanto já amou você, será que você não percebe? Devia ter dito a ela que estava certa, garotas adoram saber que estão certas. Não estou dizendo para baixar a guarda, estou dizendo que duas pessoas tão diferentes não teriam como conviver por muito tempo, sem que houvesse o mínimo de discórdia. Estou dizendo que uma birra de vez em quando ascende uma chama lá no fundo, que dá vontade de matar a pessoa que está na sua frente, mas também dá vontade de jogá-la no chão e dizer que vai estar sempre ali com ela, para ela. Estou dizendo que o amor não é suficiente para manter uma relação, é preciso muito mais do que isso, é preciso ódio, é preciso ciúme, é preciso medo. Mas medo de que? Medo dessa pessoa seguir em frente e deixar você pra trás, medo de vê-la feliz com outro ao seu lado, medo de perder seus olhos de vista por um instante que seja. Devia ter dito a ela que a amou desde o primeiro instante em que a viu, que nenhum sorriso lhe deu tanto arrepio por todo corpo quanto o dela, que nenhum perfume lhe fez ficar mais louco do que o dela, que nenhuma piada sem graça ficou tão engraçada pelo simples fato de ser ela quem estava lhe contando. Você devia, mas não fez. Se acostume com a idéia, você nunca mais a terá de volta, ela não é mais a mesma. Agora ela tem uma rosa tatuada no pescoço, talvez para lembrar os espinhos pelos quais teve que passar, até se tornar, enfim, independente, independente de você. É garoto, você prendeu uma menina, perdeu uma garota e hoje chora, procurando uma mulher.

Por Vinícius Fin e Michele Rech.

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