segunda-feira, 4 de maio de 2015

Todos estamos sujeitos a variações de humor, de pensamentos, convicções, princípios, objetivos de vida, mas se tem algo que influencia em todas essas questões, são os nossos sentimentos. Durante nosso crescimento, percebemos diversos ritos de passagem, alguns para o bem, outros para coisas não tão apreciativas. Corremos sério perigo de que, nesse meio tempo, tenhamos acontecimentos catastróficos, que nos façam refletir sobre o modo como pensamos e agimos. Sentimentos são rotineiros, eles aparecem desde seus sonhos até seus sonos, do seu primeiro ao último momento em que pensa antes de ir dormir. Temos facilidade em nos prendermos a acontecimentos passados, normalmente devido a sensações ruins, que nos fizeram passar por momentos de dificuldade. Assim que cada um desses momentos surgem, eles abrem buracos, alguns mais rasos, outros mais profundos. E aqui eis a novidade: a profundidade desses buracos se deve ao modo como entendemos, sentimos e vivenciamos tudo isso. O término de uma amizade pode ser o início de uma depressão, ou pode ser encarada como uma possibilidade de abrir caminho para novas amizades. O caso amoroso que não deu certo pode ser o estopim de uma tragédia maior, ou pode ser a deixa para que você pense e analise melhor as suas possibilidades, antes de se envolver com alguém novamente, a pessoa certa. Ao mesmo tempo em que abrimos buracos, arrancando plantas contaminadas, abrimos a possibilidade de semear uma nova planta. O grande problema é o vazio deixado ali, até que uma nova semente apareça. Se pensarmos, por exemplo, que uma ventania levou embora todo o seu parreiral, isso quer dizer que você não irá plantá-lo de novo, com medo de que uma nova ventania cause ainda mais estrago? Óbvio que não. Mas primeiro você precisa arrumar essa terra, capinar, tirar os resquícios das ervas daninhas e raízes, precisa controlar o pH do solo. Isso seria o mais correto a fazer, mas nem sempre estamos dispostos a esperar tanto tempo para ter uma nova planta altiva e feliz, só queremos alguma com galhos que nos façam certa sombra. Isso não dá certo, não funciona porque o resto do material orgânico, restante da ventania, ainda continua lá e, pasme, ele acaba atraindo os nutrientes do solo, os consome, fazendo com que seu novo broto não vingue. Não é saudável atropelar acontecimentos em sua vida, assuntos mal acabados, relacionamentos infindáveis, trabalhos incompletos, porque isso sempre volta a permear os seus sentimentos, não deixando que construa relações plenas em seu momento atual. Toda nova planta nasce em direção ao sol e quanto mais altas forem as outras árvores, mais ela vai precisar crescer para conseguir energia solar para realizar a fotossíntese. Você precisa acreditar que esse broto tem chances, que ele pode ter seu lugar ao sol, mas também não pode deixar outros buracos abertos, pois ali irá se acumular água da chuva, onde voltará a florescer os galhos anteriores, roubando nutrientes e competindo pela energia solar. Algumas plantas precisam de mais sol, outras precisam de mais cuidado, ainda têm as que preferem muita chuva, mas nenhuma delas vai conseguir desabrochar enquanto aquele buraco continuar com restos de vendavais anteriores. Feche ciclos, limpe buracos, floresça.

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